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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pré Consolados Pelo Mato 2

Algum tempo passou desde o último Acampamento e ainda não conseguimos estabelecer uma frequência de visitas ao sítio. Uma nova oportunidade surgiu de fazer nosso segundo acampamento "Consolados Pelo Mato" e, dessa vez resolvemos nos preparar antes, como? Iriamos uma semana antes em 5 homens e arrumariamos o local para que na outra semana fosse mais tranquilo a chegada até a casa.
Tudo pronto malas feitas e saem de Santo André os Sem Noção 1, 2, 3, 4, e 0 onde o > representa o mais ajuizado e o < representa o lokão do grupo (Meu tio ganhou esse título mas eu me esforcei bastante pra terminar só como o nº2( Puta mundo Injusto meu)), bom sigamos com a prosopopéia, viagem tranquila tirando a chegada no destino, quando erramos uma das entradas ja no Bairro dos Mono, descemos uma ladeira que não podiamos descer, percebemos o erro e voltavamos pelo mesmo caminho, mas vamos aos fatos que levaram o carro a pipocar numa ladeira de 90°de inclinação:
Cronologia dos Fatos:
- Saem de Santo André 5 homens somando aproximadamente 360 Kg + Bagagens; (Normal, normal)
- Carro Utilizado - UNO Mille a gás, ou seja, desempenho do motor aproximadamente 800cilindradas; (Se ja andou de Towner deve saber do que se trata)
- Nível de Inclinação da rampa 45º; (Alpinismo Offs Roadsteres)
- Material da "pista" - terra, pedras e pedriscos. (Nananinanão, hum hum olha a merda)


Começamos a subir sem um embalo necessário, e aquele cheiro delicioso de frição queimada ficou no Ar, adIvinha?! Descemos 4 do carro e toca tentar subir de novo, muito esforço muita luta, mas um tempo depois e o UNO 0.8 mostrou que ainda podia ser valente, entra todo mundo de novo no carango e bora lá.
Chegando na entrada do terreno, fizemos a colocação da armadura, meia por cima da calça, calça por dentro da bota estilo Chico Bento, moleton  ou jaqueta visando tampar o corpo todo para se proteger no caso de um "possível" encontro com uma cobra ou outros peçonhentos, fiko bibito.


Daí pra frente a história é parecida com as outras visitas ao local, anda, anda, anda, corta, corta, corta, mato, mato, mato, bibi, bibi, bibi = Uoooooowwww.
Até chegar a casa levamos algum tempo, mas começamos logo a fazer o que tinhamos sido encarregados de fazer, limpar o terreno e a casa visando deixá-la habitável para a semana seguinte no feriado de carnaval, aproveitando o tempo que ainda tinhamos resolvemos fazer uma trilha para que pudessemos novamente ir pescar a noite.
O dia passou rápido, caiu a noite e arrumamos as tralhas para a pescaria noturna (eita mulecada corajosa da poha), meu tio que era nosso patriarca no passeio é um cara divertido, mas antes de qualquer programa de louco ele dava aquela bicada no seu elixir da coragem (Pinga de Alambique da Região) e virava uma espécie de Indiana Jones do rolê, sempre na frente com seu chapéu de pescador empunhando o poderoso facão Excalibur do véio João (meu avô).
Chegamos a margem do rio, arrumamos vara, arrumamos isca e foi dada a largada da temporada de pesca mal sucedida do Rio Turvo, é sério galera sem brincadeira foram cerca de 2 horas pra pegar 3 ou 4 bagres de 5 centímetros cada, nesse momento meu tio já havia dito que os peixes seriam nossa janta, e que ele prepararia uma macarronada com a carne dos peixes. Numa das fisgadas pegamos até mesmo um pequeno caranguejo que por pouco também não foi condenado a virar molho de macarrão.
Já estava tarde e resolvemos voltar para casa, jantar e finalizar nosso dia. Chegando lá meu tio logo se encarregou de fazer sua "deliciosa macarronada", bicou novamente o elixir do super homem, limpou os peixes e deve ter visto que não sobraria muito para o "molho mortal", mas da mesma forma os 50 gramas de carne de bagre foram para a panela juntamente com seus outros 50 gramas de espinhos.
Se você já achou que alguém estava tentando te envenenar com comida deve saber o que passamos, o macarrão, o bagre e a mussarela que foram misturadas na panela agora tinham virado uma espécie de massa do medo, onde era necessário comer cuidadosamente, mastigando cerca de 451 vezes cada bocado, e exercitando todos os músculos da sua pobre língua a procura de espinhos, pois haviam muitos, eu ainda acho que naquele dia meu tio inverteu a receita e fez uma macarronada de espinhos ao molho de macarrão, mas logo superamos isso, e meu tio deu sua terceira e última bicada da noite no fantástico elixir do Monstro Jackson, deu uma breve pausa e afirmou:
-Vou tomar banho na bica!
Obs.: eram cerca de 22:00 h e ele saiu com uma lanterninha, uma toalha e sua roupa.
Dava pra ouvir os gritos de frio a cada balde de água geladíssima que ele jogava na cabeça, por esses e outros motivos dizemos que nosso tio é Punk!!!

Ele retornou e iamos dormir no cômodo da casa que é digamos um pouco mais aberto (escolha idiota). Não demorou muito até entrar um morcego na casa e ficar rodeando nossas cabeças, todos corcordaram que dava pra dormir assim mesmo, até eu, apesar de ter uma certa inimizade com os amigos voadores, concordei, cobri a cabeça e ainda que tivesse uma trilha de formigas passando ao lado dos nossos colchões não demos muita importância pois agora tinhamos cães de guarda voadores e comedores de insetos ( Noite tranquilissima fora os barulhos de macacos em cima do telhado as 03:00  da manhã).
Apesar de tudo passamos uma boa noite, no outro dia acordamos cedo tomamos um café reforçado "sem espinhos" e logo planejamos abrir uma trilha que desceria da casa até o riacho mais rapidamente, mas pelo fato de o terreno ser um pouco confuso, nos dividimos em duas equipes: os SN(Sem noção) 0 e 1 foram até o rio e seguiram seu fluxo pelas águas andando, gritando e falando alto para que a outra equipe os SN 2, 3 e 4 soubessem a direção para a qual abrir a trilha na densa mata de samambaias... tudo muito tranquilo, um plano bem arquitetado, mas eis que os exploradores olham para o lado direito durante a confecção da trilha e avistam uma estátua com olhos profundos, cabeça triangular e corpo enrolado formando uma espiral, uma cobra do tipo que é fácil sentir medo, por pouco não acabamos fazendo a trilha em cima dela, o que seria um erro gravíssimo, me referi a ela como uma estátua pois não se mexia mesmo, nem um simples balançar de língua e ela olhava fixamente para a nossa direção, decidimos parar de avançar na trilha e retornar para tomarmos uma decisão dificil.
Os moradores do local sempre instruem a matar animais peçonhentos, pelos riscos que esses oferecem aos humanos, chamamos a outra equipe e eles foram ver se ainda estava lá, ela não havia nem mesmo se mechido, parada, imponente em cima das folhas secas desfrutando um pouco do Sol, o objetivo da nossa ida era minimizar os perigos para que na outra semana as mulheres pudessem ir até la sem preocupações.
Pegamos um bambu com aproximadamente 5 metros que haviamos encontrado no outro dia e fizemos uma furquilha na ponta para tentar prender a cabeça do pobre animal, um golpe certeiro e a cobra estava imobilizada, mas também estava nervosa e não seria bom uma mudança de planos agora, um dos SN foi lá  e fez o trabalho sujo.
Com a serpente executada, nos aproximamos e logo que chegamos mais perto vimos que se tratava de uma Jararaca, uma das cobras mais perigosas do Brasil, uma das batidas dadas pelo SN acabou abrindo um buraco na "barriga da cobra" e de la começaram a sair estranhos sacos que achamos que eram suas entranhas "Aí sim, fomos surpreendidos novamente" os sacos eram placentas e dentro delas era possivel ver os filhotes todos formados, na serpente de cerca de 1 metro e meio haviam 22 filhotes, pra mim confesso uma grande surpresa, pois minhas professoras sempre disseram que todos os répteis nasciam de ovos. Infelizmente a mãe cobra morrera e não deu tempo de terminar a formação dos filhotes por inteiro. Já estavamos chegando ao nosso horário, arrumamos nossas tralhas e deixamos o local para voltar na semana seguinte, infelizmente tivemos que partir de lá com o arrependimento de ter feito mal a um animal que não tinha culpa.

( Não incentivamos esse tipo de comportamento ou atitude, ao entrar em contato com animal que pode oferecer risco devemos contatar o controle de Zoonoses ou outro orgão competente, É muito importante evitar situações de risco de acidentes ofídicos. Não ande descalço, ao caminhar na mata ou plantações, use botas que o protejam até os joelhos. Não coloque a mão em buracos e, acima de tudo, não manipule serpentes, por mais inofensivas que elas possam parecer. Mantenha os quintais e áreas ao redor de residências limpos.
Não acumule detritos ou material que sirva de alimento para ratos, pois estes podem atrair serpentes, que deles se alimentam.
Em caso de acidente, não faça qualquer tipo de atendimento caseiro, não corte nem perfure o local da mordida e não faça torniquete. Procure imediatamente um posto médico, porque somente o soro antiofídico cura.
Ele é distribuído gratuitamente a hospitais, casas de saúde e postos de atendimento médico por todo o país pelo Ministério da Saúde. Em São Paulo, o Hospital Vital Brasil que pertence ao Instituto Butantan realiza esse tipo de atendimento 24 horas por dia, como também os vários pontos estratégicos espalhados pelo Estado.)

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